segunda-feira, 6 de junho de 2011

Começando de novo!

Não sei direito o que
esperar do futuro. Talvez seja melhor nem esperar nada, não é mesmo? Dizem que o
bom é a gente viver um dia de cada vez sem pensar no depois, no que virá, na
continuação, na parte dois, três, quatro, cinco, seis...



Eu, ansiosa de nascença e
carimbo na testa, quero tudo para ontem, para já. Assisto um filme pensando no
final, começo um livro querendo saber qual é o desfecho. Antes, sempre lia as
últimas páginas dos livros, só para dar aquela espiada e saber o fim. Quando era
pequena, esperava todo mundo dormir e abria cuidadosamente os presentes de
Natal, não me aguentava até o dia 25 de dezembro.



Eu me trato, meu psiquiatra
é ótimo e diz que tá tudo bem, que é normal, que sou mulher (isso explica muita
coisa, certo?), que eu preciso ficar calma e serena. Mas como ficar calma? Não
aprendi isso ainda (e será que um dia consigo?). Sou pontual, naturalmente
tensa, nunca consigo relaxar completamente, por isso muitas vezes sinto minhas
costas doloridas. Vivo sem tranquilidade, alguma coisa sempre me preocupa, deve
ser por isso que o sono muitas vezes não bate na porta da fronha do meu
travesseiro.



Preciso aprender a ser mais
egoísta, mais eu, pensar mais em mim. O egoísmo não é ruim, não. Ele, bem
dosado, é saudável e faz bem. Preciso aprender a ser mais individualista, só
para não me frustrar tanto. Vivo de uma forma intensa e que muitas vezes me dói.
Não posso cobrar essa intensidade toda de quem me rodeia. Penso em mim por
último, coloco as prioridades do outro na minha frente.



Não sei se amo do jeito
certo. Mas existe uma forma certa? No amor, cada um tem seu jeito. A gente
aceita se quiser. Decidi algumas coisas, não sei se são boas, acho que o futuro
vai dizer. A hora é agora, tenho que aproveitar todas essas mudanças internas
borbulhando. A gente não pode se anular e colocar o outro em primeiro lugar. Tem
gente que não sabe amar. E muitos outros não entendem a nossa forma de amar. Ao
invés de tentar explicar é melhor mudar tudo de vez.



Vamos rasgar os planos,
apagar os projetos de futuro, soltar os ombros, respirar fundo e começar do
zero. Sem esperar nada. Sem expectativas, sem historinha bonitinha, sem
diminutivos, sem intensidades, sem nada. Apenas com a coragem, um pouco de
egoísmo e algum individualismo para fazer companhia. Vou me esforçar,
prometo.


CLARISSA CORREA

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